Quem teve câncer de mama pode amamentar? Muitas mamães que engravidaram após a luta contra a doença têm dúvidas sobre esse assunto. Tire suas dúvidas aqui!
Existem diferentes tratamentos para o câncer de mama e eles podem interferir no aleitamento. Entenda melhor sobre o assunto e saiba quando é possível amamentar.
O leite materno é o principal alimento do baby até os seis meses de idade. Além de importante para os pequenos, amamentar também pode ser o sonho de muitas mulheres. Mas quem teve câncer de mama pode amamentar? Sim. É possível. No entanto, cada caso deve ser levado em consideração, em se tratando do aleitamento.
Existem diferentes tratamentos contra a doença, como quimioterapia, radioterapia e até soluções mais agressivas, como a retirada da mama, chamada de mastectomia. No mês do Outubro Rosa, nós vamos ajudar a desvendar alguns mitos sobre esse tema, que ainda deixa muitas mulheres inseguras.
Câncer de mama x gestação e amamentação
Desde 1990, o movimento Outubro Rosa vem mobilizando a sociedade para compartilhar informações e promover a conscientização sobre o câncer de mama. A campanha é motivada pelo fato de a doença representar cerca de 25% dos casos de câncer entre as mulheres, segundo dados da International Agency for Research on Cancer (IARC).
Outro dado alarmante é o divulgado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca). A entidade estima que 66 mil casos novos de câncer de mama podem surgir apenas em 2020. Mas a informação e o diagnóstico precoce podem salvar vidas, garantindo que muitas mulheres não interrompam seus desejos e vontades, como ter filhos e amamentar.
E será que o câncer de mama pode impedir tudo isso? Vamos entender melhor!
Infelizmente, as pacientes que estão em tratamento contra a doença precisam adiar os planos de uma gestação. Os medicamentos e as radiações utilizadas para combater o câncer podem levar à malformação do feto.
Quanto ao aleitamento, também surgem alguns poréns. No tratamento radioterápico, por exemplo, o ato da sucção pode aumentar as toxinas da pele nas mamas tratadas. Além disso, muitos medicamentos de combate ao câncer podem interromper a produção de leite. Sem falar ainda dos efeitos sobre o bebê, que ainda são pouco estudados.
Estou amamentando e descobri o câncer. E agora?
Há mulheres que descobrem o câncer de mama durante o período de aleitamento. Ele pode demorar a ser detectado, pois a mama fica endurecida durante esse processo.
Existem casos até mesmo em que a mamãe acredita que as dores são consequências habituais da lactação, mas na verdade se trata de um nódulo que a obriga a interromper a amamentação.
De acordo com os especialistas, a mulher deve ficar atenta a alguns sintomas indicativos de câncer de mama, que podem surgir durante a amamentação. Os principais são a assimetria significativa das mamas, nódulo palpável e persistente após esvaziamento mamário, nódulo nas axilas, pele da mama vermelha, sinal de pele em casca de laranja, secreção com sangue pelo mamilo.
Ao perceber essas alterações durante o aleitamento do seu filho, procure um especialista!
Quem teve câncer de mama pode amamentar?
No caso de quem enfrentou a batalha contra a doença, essa é uma pergunta bastante comum. As chances das mamães amamentarem seus bebês depois do enfrentamento ao câncer de mama vão depender do tipo de tratamento a que foram submetidas. Portanto, não existe uma resposta definitiva.
Vamos explicar melhor! E lembrando que sempre deve haver o acompanhamento de um mastologista, certo, mamis?
Quando se fala em cirurgia parcial ou conservadora, amamentar vai depender de como o organismo reagiu ao tratamento. O método consiste em retirar o tumor com uma margem de segurança, preservando a maior parte possível da mama. A maioria dessas intervenções necessita de radioterapia e essa irradiação afeta a produção de leite.
Entretanto, o efeito do tratamento pode não ser muito agressivo e a mama ainda pode produzir leite, mesmo que com alguma limitação. Dessa forma, amamentar se torna possível.
No caso das mulheres nas quais a doença acometeu apenas um dos seios, a mama saudável não terá a produção de leite prejudicada. Ela não é afetada pelo tratamento e a lactação ocorre normalmente. E esse é o mais comum dos casos de câncer de mama.
E quando acontece a mastectomia? Em algumas situações, a retirada cirúrgica de toda a mama é necessária para tratar o câncer. Com a realização do procedimento, a amamentação não será possível, pois os ductos mamários que transportam o leite são retirados com a mama.
É importante salientar que, mesmo com a mama reconstituída, feita com prótese de silicone ou tecidos do próprio corpo, não haverá produção de leite. A reconstituição da mama vai restaurar a aparência, mas não a sua funcionalidade.
Amamentar diminui as chances do câncer de mama
Você sabia que uma das armas contra o câncer de mama é a amamentação? Pesquisas mostram que, a cada 12 meses de aleitamento materno, as chances de aparecimento de um tumor mamário caem 4,3%. Ou seja, quanto mais amamenta, mais protegida a mamis está.
Isso está relacionado ao fato de que, durante o aleitamento, ocorre a redução das taxas de certos hormônios que podem levar a esse tipo de câncer nas mulheres. Sem falar que o ato de amamentar promove a eliminação e renovação de células que poderiam ter lesões no material genético.
Outros grandes aliados contra o câncer de mama são a prevenção e o diagnóstico precoce. Quando o câncer de mama é detectado precocemente, as chances de cura chegam a quase 95%.
Por isso, a Sociedade Brasileira de Mastologia indica que, a partir dos 40 anos, as mulheres façam o exame clínico das mamas todos os anos. Quem tiver entre 50 e 69 anos, no caso de baixo risco, precisa fazer a mamografia, pelo menos, a cada dois anos.
E você, está com seus exames em dia, mamãe?
Nem todo nódulo é câncer de mama
Vale lembrar que nem todo nódulo significa câncer de mama. Oito entre dez mulheres que relatam sentir nódulo mamário não são diagnosticadas com câncer de mama. Durante o período menstrual, é comum os nódulos aparecerem e desaparecerem. Nesses casos, eles são classificados como cisto ou fibroadenoma.
A fase de amamentação também tem a ver com o surgimento de nódulo característico. É o famoso leite empedrado, quando não acontece o esvaziamento completo após a mamada. Ele vem acompanhado de dor, vermelhidão, aumento do calor na região e até febre. O tratamento normalmente é feito com antibióticos e, na maioria das vezes, não necessita de outro cuidado ou acompanhamento.
Por isso é fundamental conhecer o próprio corpo. Se você percebeu alguma alteração nos seus seios, procure um médico. Cuide da sua saúde, mamãe!