Muito tem se falado em amamentação em livre demanda. Mas você sabe o que é isso? Vamos ajudar você a entender melhor esse processo e mostrar os seus benefícios.
7 motivos para aderir à amamentação em livre demanda
Nada melhor do que comer quando se está com fome, não é mesmo? Pois a livre demanda rompe com a dependência do relógio na hora das mamadas e garante o leite materno quando o bebê precisa.
Amamentar a cada três horas ou estipular um tempo de mamada em cada seio – essas eram as regrinhas que as mamães aprendiam já na maternidade e que acabaram desmistificadas pelo conceito de amamentação em livre demanda.
A livre demanda é preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e amplamente difundida pelo Ministério da Saúde e pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Essas entidades defendem que a amamentação não deve ser restrita aos ponteiros do relógio.
Mas você sabe o que realmente significa essa proposta? Pois nós vamos ajudar você a entender melhor o que é a livre demanda e como ela pode ser benéfica, tanto para o bebê como para a mamãe. Afinal de contas, amamentar não precisa ser difícil e a informação é a melhor maneira de garantir as mais agradáveis lembranças desse momento tão importante.
O que significa amamentação livre demanda?
Em 2020, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) lançou a sua mais recente cartilha voltada à amamentação. O Guia Prático de Aleitamento Materno busca munir pediatras, residentes e profissionais da área com as principais questões sobre o tema.
O documento deixa claro que o aleitamento materno ideal começa na sala de parto e vai até, pelo menos, os dois anos da criança, devendo ser exclusivo e em livre demanda até o sexto mês. E o que realmente quer dizer esse termo que cada vez mais chama a atenção das mamães?
A definição de amamentação em livre demanda diz que a criança deve ser amamentada sem restrições de horários e de tempo de permanência na mama, sempre que sentir fome.
A ideia é o bebê mamar quanto quiser até se sentir satisfeito, o que também depende do ritmo de cada criança e da quantidade de leite disponível em cada mama. O importante é mãe e pimpolho entrarem em sintonia, de forma que o bebê regule suas mamadas de acordo com sua necessidade.
É uma proposta que coloca por terra toda aquela série de regrinhas que se ouviam sobre aleitamento, ensinando, por exemplo, a amamentar de três em três horas e determinar tempo para a mamada.
É importante ressaltar que, apesar de muito se falar sobre as tantas vantagens da livre demanda, que vamos conferir logo em seguida, ter uma conversa com pediatra é a primeira coisa que as mamães e os papais devem fazer. É o caminho para chegar à melhor decisão.
Os benefícios da livre demanda
Quando o bebê nasce, ele ainda está se adaptando ao mundo e tudo é muito cansativo. Portanto, é natural que ele durma bastante, até porque era o que ele mais fazia dentro da barriga. Por isso, acordar o baby para mamar pode acontecer logo após o nascimento.
Mas, os dias vão passando e o pequeno ganha peso e altura, além de se familiarizar com a nova realidade, e isso também significa que as mamadas se tornam mais regulares – é aí que entra a amamentação em livre demanda.
Na barriga, o bebê recebia oxigênio e alimento o tempo todo. Então, ele vai querer mamar mais frequentemente, o que pode fazer com que muitas mulheres fiquem aflitas. É comum acharem que seu leite é “fraco”, ou que não é produzido em quantidade suficiente para aquele pequeno ser faminto.
Calma! Em geral, um bebê em aleitamento materno exclusivo mama de oito a 12 vezes ao dia. Assim que mãe e filho entram em sintonia, o próprio bebê passa a regular suas mamadas, sempre de acordo com sua necessidade, como resultado do processo de amamentação em livre demanda.
Confira sete bons motivos para você seguir essa metodologia:
- Ajuda na autorregulação, pois o bebê aprende a se saciar.
- Contribui no controle da produção do leite materno.
- Os seios passam a ser esvaziados com regularidade, o que evita condições como o ingurgitamento mamário.
- Você está oferecendo o alimento mais completo ao seu filho. O leite materno é fundamental para evitar infecções e garantir o desenvolvimento saudável dos bebês.
- Cria vínculo e permite que a criança se sinta protegida e segura, já que a amamentação também está relacionada ao carinho e ao conforto.
- Colabora para conter a ansiedade do bebê e evita que ele machuque o seio ao ir com muita fome e vontade na hora de mamar.
- Pode ser um método natural para evitar uma nova gravidez nos primeiros seis meses após o parto. Com a amamentação exclusiva, é possível que o ciclo menstrual só se restabeleça quando o bebê iniciar a alimentação complementar.
O que mais você precisa saber sobre a livre demanda
Você vai ouvir muitos “pitacos” sobre a amamentação, ainda mais quando se trata de livre demanda. E o principal deles é que não estabelecer horários vai deixar o seu bebê mimado. Fique tranquila! Você só está suprindo o que baby precisa.
Isso sem esquecer que alimentar o bebê em intervalos regulares de três horas é indicado para os casos em que a criança está sendo alimentada com fórmulas infantis, ou quando inicia a introdução alimentar. A digestão demora mais e ela fica saciada por mais tempo.
Dito isso, vale a pena falar sobre uma das grandes dúvidas das mamães sobre a livre demanda. Como saber quando o pequerrucho quer mamar? A resposta vem, principalmente, de alguns sinais que seu filho ou filha vai dar:
- Se estiver dormindo, antes mesmo de abrir os olhos ele começa a botar a língua fora e a abrir a boquinha. Gira a cabeça de um lado a outro, procurando o peito com a boca.
- Se essa chamada não for atendida, ele começa a chupar os punhos.
- Depois disso, o bebê começar a emitir uns gemidinhos que parecem miados de gatinho filhote.
- Se ainda não for atendido, ele já começa a ficar agitado, nervoso e a fazer cara feia.
- A etapa seguinte é o choro e, muitas vezes, fica difícil acalmar! E evitar essa ansiedade é crucial para ele não machucar o seio da mamãe.
Depois que o pequeno estiver no seu peito, dê tempo suficiente para esvaziar adequadamente a mama. Assim, a criança recebe o leite do final da mamada, que é mais calórico, fica com a barriguinha bem cheia e ocorre o maior espaçamento entre as mamadas. É um processo importante, também, para o ganho adequado de peso do bebê e para a manutenção da produção de leite.
Vale a pena encarar os desafios
Se estiver disposta a colher todas essas vantagens, é verdade que você vai precisar de paciência. A livre demanda tem altos e baixos. Dói, cansa, nos priva de sono e de eventos sociais. E uma rede de apoio com família e amigos se faz imprescindível.
Saber que não está sozinha é meio caminho andado para o sucesso da livre demanda, já nos primeiros dias de vida desse novo serzinho. Para produzir leite, a mãe precisa descansar e se alimentar bem. Todo esse suporte ajuda a mulher a se sentir segura e a lidar melhor com todas essas muitas emoções.
E como se aprende desde a gestação que tudo passa, o bebê vai crescendo e as coisas se encaixando e ficando mais tranquilas. No mais, conte com seu pediatra e, se necessário, recorra a ajuda de profissionais especializados em amamentação, que são excelentes apoios para encarar esse processo.
Para saber mais sobre todo esse vasto universo da maternidade, acesse o nosso blog e confira os mais diversos textos que preparamos para você!